Rascunhos de Falsos-poemas

Rascunhos, pois será sempre algo com arestas por limar... Falsos, pois poemas não o são, apesar de forma pretenciosa o quererem ser.

Nome:
Localização: Portugal

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Tempo

O Tempo foi outrora um cavalo,
Com certeza, um cavalo possante,
Branco … tão branco e luzente
Que ninguém conseguia olhar … e vê-lo.
Que corria sempre a seu ritmo,
Não se incomodando com quem ia à frente.

Nunca teve ninguém que o domasse,
Tais rédeas, não permitia.
Deve ter existido quem tentasse,
Mas de lá … bem não sairia.

Existiu quem o marcasse
A ferro e fogo, lápis ou pincel.
Mas também ele deixava marca,
A marca do seu casco,
Por onde quer que passasse,
Bem profunda e fiel.

Consentia, a quem o acompanhasse,
Sentar no seu dorso,
Mas só permitia, a quem o amasse,
Agarrar na sua crina!

O Tempo foi outrora um cavalo,
Com certeza que foi … mas já não o é …
É o Tempo que conhecemos.
Pouca gente consegue marca-lo,
E parece quase nunca deixar marca!
É este … o Tempo que mal conhecemos.


Ventura, Paiol
(09/08/2004)

sábado, 18 de agosto de 2007

Noite

A Noite tudo consente,
Nela tudo é diferente,
Tudo mente…
A Noite não tem uma alma,
Tem a de todos que a percorrem
De forma indiferente.

A Noite tudo consente,
Quando nela não há luar,
Fazendo ver na escuridão
Aquilo que ela sente.

Tudo é diferente,
Mesmo com o esforço da Lua
Ao tentar iluminar
Os que lá habitam temporariamente.

Nela tudo mente,
Pois ao olhar
Ela pode enganar quem a enfrente.
A Noite não tem uma alma,
Tem a de todos nós que a percorremos
De forma indiferente.


Ventura, Paiol
(08/08/2004)

Estar só…
É, em qualquer lugar,
Estar com alguém e também com ninguém.
Estar eu e mais nada.
É eu ser aquilo que sou
E estar comigo … só eu.

Estar só…
É questionar, com questões sem fim,
Sem resposta … mas com sentido!
E esclarecer-me, com aquilo que já é meu.

Estar só…
É estar aqui sozinho,
Sem saber se o “aqui” se transformou no “ali”
E o passado no presente, não só meu.

Estar só…
É meditar no que já foi meditado,
É sentir o que já foi sentido.
Mas eu descubro sempre mais,
Algo novo ou inacabado,
Quando estou comigo … só eu.



Ventura, Paiol
(08/08/2004)

Dor

Dói, como se nunca
Tivesse doido antes!
Dói sempre … sempre
De maneira diferente,
Tal como eu, que não sou
Igual a ninguém.

Mas dói, tão profundo
E lá do fundo,
Que não chego a saber
De onde vem.

Não dói por ti, nem por mim
Nem por alguém.
Só sei que dói
E isso sei-o bem!

O impressionante é ver
Como esta dor
Depois de doer,
Deixa um vazio que nada enche
E isso só eu sei,
E sei-o bem!



Ventura, Paiol
(08/08/2004)